O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou na manhã desta terça-feira (26) a operação “Mãos Invisíveis”, que apura a possível atuação de uma associação criminosa formada por ex-presidentes da Câmara Municipal de Muriaé, um ex-diretor financeiro do órgão, funcionários públicos e empresários.
A ação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Muriaé, Vieiras e Juiz de Fora. De acordo com as investigações, o grupo teria montado um “consórcio de empresas fraudulentas” para cometer crimes como fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.
Segundo o MPMG, empresas do ramo da construção civil foram criadas em nome de “laranjas” para burlar concorrências públicas e fraudar contratos em diversos municípios da microrregião de Muriaé. Os valores obtidos com as contratações eram movimentados por meio de contas de terceiros, caracterizando um esquema de lavagem de dinheiro.
A operação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata, unidade de Visconde do Rio Branco, com apoio da Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e das polícias Civil e Militar.
Continuidade de investigações
A “Mãos Invisíveis” é desdobramento das operações “Catarse 1” e “Metástase 2”, realizadas entre 2021 e 2024. As ações anteriores já haviam identificado esquemas complexos de desvio de recursos públicos envolvendo agentes políticos e empresários.
A Câmara Municipal de Muriaé informou, em nota, que a investigação envolve um vereador em exercício e um ex-servidor da Casa, e que a instituição está colaborando com as autoridades.
O MPMG não divulgou os nomes dos envolvidos nem os itens apreendidos durante as buscas. As investigações continuam, com foco em apurar os prejuízos causados aos cofres públicos e a eventual participação de outras pessoas no esquema.
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